quarta-feira, 17 de junho de 2009

Árabes e Islamismo

Árabe é o povo que se origina da Península Arábica. Islamismo (ou Islã) é uma religião monoteísta que surgiu na Panínsula Arábica. Muçulmano é quem segue o Islã. Entretanto, nem todo pessoa árabe é muçulmana, e nem todo muçulmano é árabe.

Islã significa "submissão (a Deus)", enquanto muçulmano vem da palavra árabe "muslin", "aquele que se submete".

No século VII, a Peninsula Arábica, local predominantemente desértico, era habitada por grupos nômades dispersos. Constantement eles guerreavam entre si pelo controle dos oásis (áreas férteis no meio do deserto), e seguiam diversas religiões. Por viverem numa terra pouco fértil, os árabes se especializaram no comércio, sendo até hoje uma tradição daquele povo.

Delícias da culinária árabe.

Nesse contexto viveu Maomé (ou Muhammad), um condutor de caravanas que fundou o Islã. Os muçulmanos aceitam a existência de outros profetas como Adão, Noé, Moisés e Jesus, mas para eles Maomé foi o último e o mais importante.

Segundo a tradição muçulmana, Maomé teria recebido do anjo Gabriel a tarefa de ser o mensageiro de Alá (Deus) durante uma meditação nas montanhas, e a partir de então passou a converter os árabes para a nova religião. O problema é que os ricos comerciantes de Meca (principal cidade da Arábia) lucravam com as pessoas que peregrinavam até lá para cultuar os deuses locais, e por isso ficaram preocupados com o culto a um único Deus e passaram a perseguir Maomé. Diante disso, o profeta saiu de Meca e se estabeleceu em Medina em 622. Essa mudança é conhecida como Hégira, e marca o ano 1 do calendário muçulmano.


Miniatura de um soldado árabe.

Aos poucos Maomé conseguiu mais seguidores para sua causa, que propagaram a nova religião através da jihad, o que se pode traduzir como "guerra santa" ou "esforço" para converter outros povos. Quando conquistou Meca, Maomé ordenou que fossem destruídas todas as imagens de deuses, mas manteve a caaba, uma pedra negra que até hoje recebe visitas de fiéis muçulmanos de todo o planeta.

A Caaba em época de peregrinação.

Quando Maomé morreu, em 632, os árabes haviam superado muitas de suas rivalidades, encontrando na fé um forte ponto de união. A liderança dos muçulmanos ficou com os califas ("sucessores", em árabe), que conquistaram novos povos através da jihad. O Islã então chegou a terras distantes, e o sucesso dessa conquista pode ser explicado pela crença de que aquele que morresse lutando ganharia o paraíso e pelo interesse em expandir o comércio. Em 750, pouco mais de 100 anos depois da morte de Maomé, o Islã já alcançava a Ásia, a África e a Europa, onde gerou conflitos com os cristãos.


Expansão do Islã.


O livro sagrado dos muçulmanos é o Corão, conjunto de escritos de Maomé reunidos após sua morte. Os muçulmanos seguem cinco preceitos básicos:

- crer em um só Deus (Alá) e seguir os ensinamentos de Maomé, seu mensageiro;
- orar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca;
- jejuar durante os trinta dias do Ramadã (mês do jejum), abstendo-se de comida e água do nascer ao pôr-do-sol;
- dar esmolas proporcionais aos bens que possui.
ir a Meca ao menos uma vez na vida.

Além disso, os muçulmanos não devem ingerir carne de porco e bebidas alcoólicas, e não podem representar Alá ou Maomé em imagens.


Mulheres e homens muçulmanos orando.


Os árabes contribuíram muito para o conhecimento humano. Foram eles, por exemplo, que divulgaram os algarismos indo-arábicos (1, 2, 3...), trazidos da Índia, criaram o número zero, trouxeram da China invenções como a bússula, a pólvora e o papel e desenvolveram bastante a medicina, descobrindo os meios de contágio e as causas de várisa doenças.

Agora, o que vocês tanto esperam: questões! Como as anteriores foram bem simples, essas vão dar bastante trabalho.

1 - Faça uma lista com 10 países que têm como religião oficial o Islã, indicando sua língua oficial e continente onde se localiza.

Ex: Arábia Saudita - língua árabe - localizada na Ásia.

2 - Qual o país islâmico mais populoso do mundo?

3 - Qual a quantidade aproximada de muçulmanos no mundo?

4 - Qual a quantidade aproximada de muçulmanos no Brasil?

5- Por que a cidade de Jerusalém é considerada sagrada para os muçulmanos?


Todos que responderem corretamente pelo menos 3 questões ganharão 0,5 ponto no bimestre. Resultado em uma semana.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Prova do segundo bimestre

Foi marcada nossa provinha do segundo bimestre: será no dia 07 de julho. Abaixo segue a matéria:

- Cristianismo e cruzadas (capítulo 6);
- Comércio, cidades e rebeliões (capítulo 7);
- Fortalecimento do poder dos reis nas monarquias européias (capítulo 8);
- África negra: o Império do Mali e o Reino do Kongo (capítulo 10).

Na semana que vem terminaremos a matéria, e até a prova faremos exercícios de revisão, posto que não será permitida a consulta no momento da prova. Resolvi tirar o capítulo de China medieval para não ficar muita matéria, por isso não tem desculpa: estudem!

sábado, 6 de junho de 2009

Idade Média (parte 4) - Feudalismo

Como vimos anteriormente, as sucessivas invasões de vikings, sarracenos e outros povos entre os séculos VIII e IX, fragmentaram ainda mais o que um dia foi o Império Romano do Ocidente. Os reis tinham que manter guerreiros para defender suas fronteiras, e como pagamento cediam-lhes o direito de utilizar terras, moinhos, pontes e outras áreas de interesse econômico. Estas doações eram chamadas feudos, e o modo como a sociedade na Europa passou a se organizar na Idade Média foi denominado feudalismo.

O rei teve que ceder cada vez mais feudos para os que reuniam exércitos para lhe ajudar, e com isso perdia cada vez mais poder, até que se chegou a um ponto em que ele era, na prática, mais um entre tantos senhores feudais. Este processo tomou força após a morte de Carlos Magno e a decadência do Império Carolíngio, último momento de centralização do poderna Idade Média.


Exemplos de fortificações da Idade Média

A pessoa que cedia o feudo era chamada de suserano, enquanto quem recebia era o vassalo. O vassalo jurava fidelidade a seu suserano e auxílio em caso de guerras. Um vassalo podia ceder parte de seus domínios a outro vassalo, e assim tornava-se suserano deste, mas continuava vassalo de seu suserano.


Armas para invadir castelos

Com receio das invasões, o povo fugia das cidades e buscava refúgio nos feudos protegidos por muralhas. Como forma de pagamento, trabalhavam como servos para os senhores feudais, e deviam diversas obrigações, como a corvéia (trabalho nas terras do senhor), a talha (entrega de parte da produção para o senhor) e as banalidades (pagamento pelo uso de instrumentos e bens do feudo, como o moinho), além do dízimo para a igreja... Os camponeses não tinham a terra como propriedade e eram obrigados atrabalhar para o senhor, mas não eram escravos, pois não podiam ser vendidos. Enquanto isso, os senhores feudais não trabalhavam, pois sua função na sociedade era defender o povo, lutando contra os invasores. Aliás, só mesmo os mais ricos tinham condições de ter armamentos e armaduras de metal, que eram muito caros.

Armaduras medievais


A outra parte da sociedade era o clero, que representava as pessoas ligadas à igreja. Cada uma desses três grupos tinha uma função na sociedade: o clero orava, pois acreditava-se que se não houvesse ninguém para dedicar suas vidas neste sentido, o mal dominaria o mundo; a nobreza lutava para defender os cristãos dos invasores infiéis; e os servos trabalhavam para sustentar a todos. Uma parcela à parte era a dos mercadores, que se arriscavam nas perigosas estradas. Este trabalho era tão arriscado que poucos o faziam, e cada feudo geralmente só tinha oportunidade de receber produtos externos poucas vezes por ano (às vezes até menos), e por isso tinham que produzir quase tudo que precisavam. Por isso diz-se que os feudos eram auto-suficientes.


E um detalhe final: o feudalismo variou bastante de acordo com as regiões e épocas na Europa. Não podemos afirmar que existiu da mesma forma na França, na Itália ou na Rússia, por exemplo.